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O Lecionário é o livro litúrgico que contém as leituras da Palavra de Deus. Como livro litúrgico diferente ou independente, existe só para a Missa. É o livro da mesa da Palavra, como o Missal é o livro do altar e da presidência.

A mesa da Palavra é, pois, uma característica própria do tempo quaresmal. Dela nos falam muitas leituras ao longo da Quaresma, porque dela depende a verdade da Páscoa. Através da Palavra, o Senhor vai conduzindo a sua Igreja à compreensão e celebração da Páscoa.

A Quaresma é uma caminhada para a Páscoa em três tempos, fases ou momentos:

 

O PRIMEIRO TEMPO vai da Quarta-feira de Cinzas até ao fim da segunda semana e expõe o sentido global da Quaresma, o que se pretende com ela e os meios para se alcançar a renovação pessoal, como fruto do mistério pascal. Apresenta uma temática bem definida: a nossa situação neste mundo e a nossa vocação celeste com os Domingos das Tentações e da Transfiguração.

O SEGUNDO TEMPO vai do terceiro Domingo ao fim da quinta semana e apresenta o mistério de Cristo em nós, através da participação e renovação dos sacramentos da Iniciação Cristã. Este é o tempo das grandes catequeses sobre os sacramentos pascais, que fazem do catecúmeno um cristão adulto na fé que nasce da Palavra e conduz ao sacramento. Este tempo está orientado para os que se preparam para o Batismo e para os que vão renovar as promessas do Batismo. Estes três Domingos oferecem três grandes catequeses sobre o Batismo, o Espírito Santo e a Eucaristia.

O TERCEIRO TEMPO vai do Domingo de Ramos e Paixão – que celebra a solene entrada do Senhor em Jerusalém para sofrer a Paixão, passar pela morte e alcançar a ressurreição – até Quinta-feira Santa e apresenta o mistério pascal de Cristo nos Seus últimos passos sobre a terra: encontro com Lázaro ressuscitado e com os discípulos à mesa, diálogo com João acerca do traidor e com Judas acerca da hora («o que tens a fazer, fá-lo sem, demora») e com Pedro «não cantará o galo sem Me haveres negado três vezes»). Na Quarta-feira escutamos o acordo de Judas com os sumos sacerdotes e a despedida de Jesus: («o Filho do homem vai partir»). Na Quinta-feira Santa de manhã, na Missa do Crisma, temos uma celebração que faz a transição das celebrações quaresmais às pascais: a bênção dos óleos e a renovação das promessas sacerdotais indicam a nova forma de presença do Senhor que parte no corpo que tomou, mas que perpetua a Sua presença nos sacramentos que instituiu e nos ministros que consagrou e fez participar do Seu ministério. Segue o Tríduo Pascal em que a Igreja celebra a partida de Cristo deste mundo para o Pai, mediante a realização da Páscoa.

Diácono Valney