Canonização de Madre Tereza de Calcutá já tem data marcada.
16/03/2016 08:30
Agencia Eclesia
O Papa Francisco anunciou nesta quinta-feira, 15, a data da canonização de
Madre Teresa de Calcutá para o dia 4 de setembro de 2016.
A decisão foi tomada depois de um consistório (reunião de cardeais)
ordinário para votar cinco causas de canonização.
Na mesma data vai ser celebrado o Jubileu dos Voluntários e Trabalhadores
da Misericórdia. Em dezembro de 2015 foi anunciado que o Papa
aprovou um milagre atribuído à intercessão da Beata Teresa de Calcutá,
vencedora do Prémio Nobel da Paz em 1979.
A Congregação para a Causa dos Santos (santa Sé) concluiu em julho
de 2015 as investigações sobre a cura miraculosa de um homem brasileiro,
de 35 anos, afetado por uma grave doença no cérebro, que se curou de uma
forma tida como inexplicável.
Ganxhe Bojaxhiu, a Madre Teresa, nasceu em Skopje (Macedónia),
pequena cidade com cerca de vinte mil habitantes então sob domínio otomano,
a 26 de agosto de 1910, no seio de uma família católica que pertencia à minoria
albanesa, no sul da antiga Jugoslávia.
A 25 de dezembro de 1928 partiu de Skopje rumo a Rathfarnham, na Irlanda,
onde se situa a Casa Geral do Instituto da Beata Virgem Maria, para abraçar
a Vida Religiosa, com o ideal de ser missionária na Índia.
Acabou depois por embarcar rumo a Bengala, passando por Calcutá
até Dajeerling, numa casa da Congregação fundada pela missionária Mary Ward,
onde escolheu o nome de Teresa.
Madre Teresa absorveu o estilo de vida bengali e, posteriormente,
transmitiu-o às suas religiosas, quando fundou as Missionárias da Caridade.
O seu trabalho nas ruas de Calcutá centrou-se nos pobres da cidade que morriam
todas as noites, vestida com um sari branco, debruado de azul, a imagem
com que o mundo se habituou a vê-la.
Rapidamente as Missionárias da Caridade chegaram a milhares de religiosas
em 95 países.
Quando visitou a Índia, em 1964, Paulo VI recebeu pessoalmente Madre Teresa
e 22 anos depois João Paulo II incluiu, no programa da viagem apostólica àquele
país, uma visita à «Nirmal Hidray» - a “Casa do Coração Puro” – fundada pela religiosa e conhecida, em Calcutá, como a “Casa do Moribundo”.
A futura santa esteve três vezes em Portugal, a acompanhar os primeiros
passos da Congregação das Missionárias da Caridade.
A religiosa faleceu a 5 de setembro de 1997, na casa geral da congregação
que fundou, em Calcutá, aos 87 anos de idade.
Foi beatificada por João Paulo II a 19 de outubro de 2003, depois de o Papa polaco
ter autorizado que o processo decorresse sem esperar pelos cinco anos após
a morte exigidos pela lei canónica.
A canonização, ato reservado ao Papa desde o século XIII, é a confirmação,
por parte da Igreja Católica, que um fiel católico é digno de culto público universal
(os beatos têm culto local) e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo
de santidade.
Além de Madre Teresa, serão canonizados a 5 de junho de Estanislau de
Jesus Maria da Polónia (1631-1701), fundador da Congregação dos Marianos da
Imaculada Conceição da Beatíssima Virgem Maria; e a sueca Maria Elisabeth
Hesselblad (1870-1957), fundadora da Ordem do Santíssimo Salvador de
Santa Brígida.
A 16 de outubro, o Papa vai presidir às canonizações de José Sánchez del Río,
mexicano (1913-1928), martirizado aos 14 anos durante a perseguição religiosa
no México; José Gabriel del Rosario Brochero (1840-1914), conhecido como
o ‘Cura Brochero’, que percorreu a Argentina numa mula para levar a mensagem
do Evangelho no século XIX.
Diácono Valney
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